sábado, 25 de setembro de 2010

A Matinta do Acampamento

-Fifififiuuuuu...
-É ela, a Matinta Perera...!
-Olha, Matinta, deixa a gente descansar e amanhã podes passar aqui para pegar tabaco.
No dia seguinte uma velha aparece na residência onde a promessa foi feita, a fim de apanhar o fumo.
A cena descrita podia acontecer nos subúrbios de Belém, há alguns anos, ou ainda hoje, no interior do Pará e de toda a amazônia.
Mas .. quem ou o que é a Matinta perera?
Matinta Perera ou Mat-taperê é personagem mitológico por demais conhecido no interior da Amazônia. Todos já ouviram falar do misterioso pássaro que dá assobios assemelhados ao seu nome, sempre à noite, e só para quando alguém lhe promete tabaco. E no dia seguinte, pela manhã, aparece uma velhota solicitando o prometido.
Mas será que a Matinta só aparece no interior? As jovens Maria de Belém e Oscarina Vasconcelos narram um fato curioso ocorrido aqui na cidade. Vamos ao fato:
"Corria certo ano da década de 1960. No Acampamento, próximo à rua Nova, os maoradores andavam inquietos. Todas as noites, após as 12 badaladas, ouviam-se assobios estridentes de Matinta Perera. Procuravam por toda parte e nada do incômodo pássaro.
Os assobios continuaram até o dia em que certa dona de casa mais o proprietário da sede onde funciona o clube Estrela Negra resolveram esclarecer o mistério e tirar tudo a limpo.
Consultaram pessoa entendida e, certa noite após os preparativos exigidos, de posse de uma tesoura virgem, uma chave e um terço, colocaram o plno em prática.
Cerca de meia-noite abriram a tesoura, enterraram-na no quintal, no meio desta, a chave e por cima o terço. Após tal ritual, fizeram diversas orações e esperaram dentro de casa.
Lá pelas 4 horas, ouviram o formidável ronco de um porco, que se debatia no quintal, próximo à tesoura e acessórios. Mas, apesar dos roncos de porco, ninguém quis olhar o que era. Apesar da Matinta Perera estar "presa" pela "fórmula" colocada no quintal, ninguém devia ver, até o momento da transformação.
Ao amanhecer, logo após às 6 horas, todos correram ao local. No quintal, no meio da lama, bastante suja, estva uma mulher, que não consehuia afastar-se do lugar. Seguraram a mulher, desenterraram a tesoura, tiraram a chave e o terço e, após isto, chamaram guardas-civis a quem entregaram a mulher.
Esta foi levada para o Posto Policial da Pedreira, acompanhada de um grande número de pessoas.
E, ao responsável pelo Posto, foi feita a terrível acusação: ela "vira" Matinta Perera!
Ouvida, a mulher disse não ter parentes e morar no bairro do Jurunas e não saber do que a acusavam. E, como não é configurado como crime "virar" Matinta Perera, após a turba haver se desfeito, soltaram a mulher que seguiu seu rumo.
Apenas no acampamento, à noite, continuavam a ouvir os assobios estridentes da Matinta Perera ... Diziam os mais crentes:
-É ela, a desgraçada. Está se vingando do que lhe fizemos ...!

Fonte: Revista Ver-o-Pará. Lendas e Mitos da Amazônia - Walcir Monteiro
Imagem: Criada pelo prof. de Artes, Edson Paixão para o cenário da Semana do Folclore da Escola Sílvio Nascimento

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Culminância da Semana do Folclore

Como sabem, estou na biblioteca da escola municipal em que trabalho. Desenvolvemos para a Semana do Folclore uma atividade sobre as lendas amazônicas com os alunos do CII- 1º e 2º ano. Desenvolvemos atividades com várias lendas e escolhemos uma para a culminância das atividades, que foi a lenda da Matinta Perera. Como todos sabem, essa lenda possui várias versões e existe uma bem legal que é a Matinta do Acampamento, narrada pelas jovens Maria de Belém e Oscarina Vasconcelos ocorrido aqui na cidade de Belém. Escolhemos essa.

Ensaiamos e apresentamos com as crianças a dramatização e a coreografia dessa lenda com a música do Mosaico de Ravena "Matinta Perera". Foi uma apresentação superlegal. Vejam as fotos e, na outra postagem, a lenda do Matinta do acampamento.  

Fifiuuuuuuuuuuu...

 <><>


quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O menino que não gostava de ler

Muito interessante esta história criada por alunos de uma escola em Portugal. Muito bom para se trabalhar o tema, a linguagem e até deixa um gancho para uma próxima produção "Era uma vez um menino que gostava de ler". Vale a pena conferir.